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Pão assado na lata – Pão Uyghur

This is a guest post in Portuguese by Christine Marote, a Brazilian expatriate residing in China. In this post Chris, who has been living in China for almost 10 years shares with us the first time she tried the “kǎo baozi” in the streets of the Fabric Market in Shanghai. Baozi or simply known as bao is a type of steamed, delicious filled bun, staple of the cuisine of the Uyghur people.

Andando pelas redondezas do Fabric Market, local onde existem centenas de costureiras e tecidos de todos os tipos, nos deparamos com ambulantes que vendem na rua bijuterias e vários tipos de comida. É muito interessante que os estilos tanto das bijoux como das comidas e a característica dos chineses que ali estão são peculiares: lembram demais os árabes e mulçumanos.

Um carrinho nos chamou a atenção, que era como um latão, com carvão e vimos ao lado de fora uma espécie de pães finos, que lembram os pães sírios. Claro que levei essas moças, a Carol e a Fabíola, que mal haviam se acostumado com o fuso da China para experimentar comigo essa iguaria. Afinal se estão na China, precisam começar a vivenciar a cultura chinesa! =]

Nossa impressão é de um pão achatado, com um recheio de verdura (preferimos essa opção à carne, por motivos óbvios, se é que você me entende: comida de rua, carne de onde? De que? Não vamos arriscar…rs). O sabor da brasa na massa é peculiar, o pão é retirado do forno com pinças e comemos ainda quente. Delicioso.

Mas na realidade ficou a interrogação: o que é isso? De onde vem? Com que é feito? Fomos buscar informações e realmente a primeira impressão estava certa: esses ambulantes, na maioria, são chineses Uyghur, uma minoria étnica da região de Xinjiang, de descendência muçulmana, e a culinária é famosa pelos kebabs de cordeiro e macarrão caseiro.

O nome chinês desse ‘pão’ é 烤 包子 (kǎo baozi). Os fornos são cilíndricos com uma abertura estreita no topo, forrados de tijolos e aquecidos com carvão ou madeira. No interior, as paredes do forno são curvas e lisas. A massa é feita com antecedência (usando sementes de gergelim, manteiga, leite, óleo vegetal, sal e açúcar), aberta e colocada o recheio, que é bem pouco. Então enrolada e achatada e a massa é ‘grudada’ na parede interior do forno para assar. E geralmente esse forno é associado a esse pão, mas na realidade ele é usado para muitos outros tipos de pratos provenientes dessa região/etnia, incluindo carne de cordeiro.



Xinjiang é a região que tem a maior taxa de longevidade na China. Em outubro de 1985, a área foi classificada como a área ‘Longevity Mundial Natural’ pela ciência médica internacional, através do Comitê em Tóquio, no Japão. De acordo com os pesquisadores, as razões para a alta taxa de longevidade na área estão relacionados ao clima, meio ambiente e aos hábitos de vida e atividade física da população, bem como a sua dieta.

A alimentação Uyghur é caracterizada por carne de carneiro, carne bovina, camelo, frango, ganso, cenoura, tomate, cebola, pimentão, berinjela, aipo, vários alimentos lácteos e frutas.
Os pratos principais incluem macarrão artesanal cozidos com carne de carneiro ou legumes, sopas feitas de cordeiro ou frango, churrasquinhos de cordeiro ou carne e arroz, também conhecido como plov, com cordeiro ou frango. O tempero é a base de sementes de cominho, sal e pimenta, e a gordura da carne é usada para aromatizar. As bebidas incluem chá preto, kvass (bebida não alcoólica à base de mel).

Voltando à máxima; se está na China, coma como os chineses (tudo bem, o ditado original não é bem esse, mas na China tudo se copia…), essa é uma opção bem interessante para iniciar a aventura na culinária local. =]

Zái Jiàn!

ABOUT THE AUTHOR:
After Christine Marote spent 4 years traveling between Brazil and China (Chang Chun, Jilin Province), she decided to move to Shanghai in January of 2009. In 2010 Chris decided to create a blog and share her experiences as a Brazilian expat living in China, and soon her blog became a source of information for foreigners and expats like her that have decided to live in China.
Her blog ‘China na Minha Vida’ describes Christine’s experiences, language challenges, cultural differences and curiosities, and the rich and diverse culture of China in an interesting way.
Christine is Brazilian, holds a degree in Education, and a Masters in Chinese Business and Culture from Jiaotong University.


  • Juliane Albuquerque

    Nossa, que interessante!!! Muito diferente, legal vocês passarem essas informações e dicas culturais, é importante saber mais sobre países como a China. E esse pão deve ser uma delícia! :)

  • FalskDansker

    Que bom que viajou para Xinjiang! Sempre quis visitar essa região

    • Lidi Albuquerque

      vc já experimentou esse pão FalskDansker?

      • FalskDansker

        Haha infelizmente não. Não posso chamar isso de “chinês”, pois é uma coisa dos Uyghurs, que têm uma língua e cultura completamente diferentes. Viajar para lá é como ir de NY visitar um dos tribos em North Dakota. Hahaha

        • Lidi Albuquerque

          Jura?! Gente, não sabia que existia tanta diversidade cultural entre o povo chinês na China! Pelo que vc vê, não sei muito do país, mas com a ajuda da Chris e sua estou aprendendo ;)

          • FalskDansker

            É interessante saber que quase um terço do território da China é (ou foi) historicamente povoados por povos “não-chineses”. Ao olhar numa cédula de dinheiro chinês, vais notar que ha 5 linguas, 4 das quais não têm nada a ver com o chinês – mongoliano, uyghur, tibetano, e zhuang (um grupo de línguas do sul, relacionado com o tailandês)

          • Lidi Albuquerque

            Nossa, muito interessante mesmo! Realmente um país tão antigo qt à China seguramente tem muuuita história…

          • FalskDansker

            A propósito…deve ser “uma DAS tribos” não é? hahaha

          • Guest

            *deve

          • Lidi Albuquerque

            nem um errinho te passa despercebido hein?!